Recentemente, gravei um episódio do meu podcast com ninguém menos que a enciclopédia do kickboxing ambulante Bjarne Collet. Fizemos uma prévia do GLORY 94 Antuérpia e, entre outras coisas, discutimos o evento principal entre Stefan Latescu, da Romênia, e o oponente substituído de última hora, o turco Cem Caceres. Não, eu não vou falar sobre o GLORY mudar Bahram Rajabzedeh para o GLORY 95 (mesmo que isso seja um clickbait fácil), eu quero falar sobre o fato de que o evento principal não foi uma luta pelo título e, embora isso seja uma coisa boa, eu ainda tenho algo a dizer sobre isso.

Parabéns ao GLORY por escolher uma superluta como luta principal em vez de se ater aos velhos hábitos. Provavelmente não deve ter passado despercebido que, no passado, tivemos que assistir a lutas pelo título em que, com todo o respeito aos lutadores, basicamente não havia interesse dos fãs de luta. Gostaria de acrescentar que isso geralmente se deve à falta de um bom marketing por parte da organização, pois a narrativa é essencial se você quiser realizar uma luta impactante. Enfim, estou divagando. Às vezes, uma superluta simplesmente tem muito mais poder de atração do que uma luta pelo título. Para os veteranos entre nós, basta lembrar de Andy Souwer x Masato em 2009 ou Badr Hari x Gökhan Saki em 2012. Mas superlutas incríveis também aconteceram em anos mais recentes. Basta pensar na luta entre Takeru Segawa e Tenshin Nasukawa, em que 56.399 torcedores estavam na arena. Até mesmo quando você dá uma olhada no GLORY, porque não é como se o GLORY nunca tivesse feito isso antes. Basta pensar no primeiro confronto entre Rico Verhoeven e Badr Hari e, recentemente, na luta entre Tyjani Beztati e Endy Semeleer, o que é uma boa introdução ao ponto que estou prestes a abordar. A partida foi fantástica, mas quando eu e outros fãs que estavam comigo estávamos entrando na luta, a tão comentada partida já havia terminado.

É claro que estamos acostumados a uma luta principal de 5 rounds, mas obviamente não se tratava de uma disputa de título, então esse confronto infelizmente terminou após 3 rounds. Por que optaram por apenas 3 rounds? O GLORY está se apegando a velhos hábitos ou talvez seja uma questão de dinheiro? Seja qual for o motivo, eu sinceramente gostaria de ter visto mais dois rounds. Se fosse possível entrar no lugar do GLORY, eu diria que todos os eventos principais, exceto as finais de torneios, deveriam ser simplesmente de 5 rounds. Quando há uma luta principal de alto nível entre dois grandes nomes para os quais todos nós compramos ingressos, PPVs e assinaturas do Videoland, queremos desfrutar dessas lutas por um pouco mais de tempo do que apenas 3 rounds, certo? É claro que tenho que dizer que não me importo com nocautes, mas quando isso não acontece, fico feliz em assistir a 5 rounds de kickboxing de alto nível.

O cenário do kickboxing mudou tremendamente nos últimos anos e continuará mudando no futuro próximo. Basta pensar nas batalhas entre campeões, no advento da mídia social e no impacto no marketing dos esportes de combate etc. O que quero dizer com isso é que é bom tentar coisas novas. Não de forma imprudente, mas ouvindo os lutadores e os fãs. Veja o que funciona e deixe de lado o que não funciona.

Parece que a coincidência é quase inexistente, porque o GLORY anunciou que o evento principal do GLORY 95 na Croácia, Levi Rigters contra Bahram Rajabzadeh, será de 5 rounds! Não sei se isso é um experimento ou se o GLORY decidiu que as lutas de eliminação de título serão de 5 rounds a partir de agora. Mas, mesmo assim, esse é definitivamente um passo na direção certa!

Na verdade, esta coluna quase se tornou um discurso. Não é bem o que eu tinha em mente inicialmente, mas tudo bem. O que você acha disso? Diga-me nos comentários! Enquanto estiver aqui, dê uma olhada nos artigos de Bjarne no Warriorcode, pois ele também começou a escrever recentemente para essa excelente plataforma.

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